Divine
Ground


[Tarefas: Arena da provação] - Atthos Corrigan

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Atthos Corrigan
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Arena da ProvaçãoTarefas
participantes: Atthos CorriganNeste tópico estarão reunidas as tarefas de Atthos Corrigan, considerando apenas aquelas que serão realizadas fora da arena. Apenas posts do personagem e questão e de seus convidados serão considerados.
Atthos Corrigan

Imagem A : [Tarefas: Arena da provação] - Atthos Corrigan Thumb-1920-1338264
Ocupação : Desempregado
Idade : 23
   


Dados do Semideus
Atributos:
AtributosPontosPontos
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DestrezaDestreza• • • • •
AgilidadeAgilidade• •
ConstituiçãoConstituição• • • • •
InteligênciaInteligência
CarismaCarisma
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MagiaMagia
EspiritualidadeEspiritualidade
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Atthos Corrigan
Membro da prole de Netuno
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WalmartArena da Provação

Ψ — Falas do Atthos — Ψ "Pensamentos do Atthos" Ψ — Falas de outros personagens — Ψ

Definitivamente, eu não estava preparado para sofrer as dores daquela luta. Batalhar contra o semideus de Hermes havia sido, no mínimo, chocante; esperava uma luta simples, rápida e sem outras dores de cabeça, mas a realidade havia sido o oposto. Inaceitável; a palavra que pode resumir o acontecido. Eu sempre estive lá fora, combatendo os propósitos que fazem a vida semidivina ser o que ela é. Como que alguém como Donnel podia ter me machucado? É claro, as feridas físicas haviam cicatrizado e curadas no Hospital Esculápio, mas a dor mental era a que mais doía, machucando para valer. Ciente de que teria outros embates pela frente, não podia perder tempo com pensamentos e outras bobagens. Precisava ficar mais forte. E, por esse mesmo motivo, antes mesmo do Sol raiar, eu já estava de pé; ia treinar e melhorar meus movimentos.

Pelo menos era isso o que eu acreditava, até abrir a porta de meu flat.

— Outra vez aqui? O que querem agora? — Revirei os olhos, dirigindo-me aos funcionários da prefeitura que estavam parados ali.

Eram três, todos tão inexpressivos quanto imbecis; vestiam o mesmo modelo, o distintivo com o selo de Divine Ground brilhando em suas camisas. Pareciam se orgulhar por carregar aquilo, como se fosse motivo para ostentar um status que eles certamente não tinham.

— Atthos Corrigan. — O do meio deu um passo a frente, falando um discurso tão robótico que por um momento ponderei sobre ele ser um humano de fato. — Após as primeiras batalhas da arena, foi constatado que seus poderes e outras particularidades serão bem quistos para auxiliar a gestão atual e principalmente para a cidade, de forma geral. Desta forma, a equipe do prefeito Pyotr requer a sua presença ainda hoje na prefeitura, às cinco e meia da manhã. Não serão tolerados atrasos.

E, mais parecido ainda com um robô, o homem deu as costas, seguido de seus outros iguais e partiram para algum ponto além do alcance de meus olhos. Estavam me reconhecendo? Me reconhecendo? Eu nunca precisei do reconhecimento de ninguém, tampouco do deles. Assim como a maré não pode ser controlada, eles jamais poderiam botar uma coleira em mim e me obrigar a responder em nome deles, afinal, eu sempre fui parte da maré. Ainda assim, não seria inteligente ignorar o chamado… e se fosse uma boa oportunidade para ganhar ainda mais dinheiro? Pior; e se, por algum motivo, recusar a convocação me isentasse de participar das futuras rodadas? Seria um montante que eu não fazia questão de deixar de lado; precisava daquele dinheiro. Por isso — e exclusivamente por isso —, deixei meus treinamentos de lado e parti para a prefeitura.

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Uma coisa eu não podia negar; a arquitetura de Divine Ground era única. Todo o hall de entrada da prefeitura gritava sofisticação e elegância, capaz de misturar até mesmo o mundo grego e romano em suas colunas e paredes, talvez uma forma de realmente demonstrar que as duas sociedades haviam se fundido em uma única coisa.

— Athos Corrigan. — Do alto da escada central, uma mulher chamou pelo meu nome, lendo-o em um papel. Levantei-me sem muita cerimônia, as mãos enfiadas até o fundo de meu casaco corta-vento. — Arélia Montesano. — Ela leu um segundo nome, e no extremo oposto a cadeira em que eu estava sentado, uma mulher se levantou. Ela não era muito alta, mas demonstrava uma aura que a fazia ser maior do que qualquer um ali, inclusive maior do que eu. Seu cabelo estava trançado em um coque alto, deixando o seu rosto bem visível. Sua pele cor chocolate refletia contra o brilho da luz quente do hall de entrada, mas o que mais me chamou a atenção foram seus olhos; parecia haver uma confiança exacerbada ali, talvez em um nível que ultrapassasse o saudável. Nossos olhares se cruzaram por um instante, e eu tentei ao máximo não demonstrar nenhuma reação, apesar de ela não parecer se importar com o peso de meus olhos nela. Para a minha surpresa, ela deu um sorriso simpático antes de começar a caminhar até a mulher no alto da escada.

Eu não sorri. Apenas a segui, levemente curioso com o que aconteceria.

— Entrem, por favor. — A funcionária abriu uma porta logo após o fim da escada. Era uma sala pequena, com móveis feitos de uma madeira lustrosa e aparentemente bem nobre, mas o que mais chamava a atenção era a grande janela atrás da mesa do gabinete, com uma visão ampla e perfeita da praça central de Divine Ground.

— Sentem-se, por favor. — Ela estendeu as mãos, apontando para as duas cadeiras enquanto ela mesma se sentava na cadeira que ficava na frente do janelão, abrindo uma gaveta e abrindo uma pasta com papeis.

— Primeiro, quero parabenizá-los por estar aqui. Vocês foram reconhecidos pela prefeitura e- —

Reconhecidos pelo quê? Ganharemos medalhinhas por servir ao entretenimento do Pyotr e seus puxa-sacos? — A interrompi, não me importando com as palavras e tampouco com a garota ao meu lado.

— Como eu ia dizendo, — Ela preferiu ignorar os meus comentários, provavelmente por preferir não iniciar uma certa discussão sobre a gestão pela qual ela trabalhava. — Tal reconhecimento foi o necessário para conferir a vocês uma recomendação; a equipe de recursos do torneio nos enviou um relatório sobre a falta de suprimentos e outros itens mais simples. Por isso, aqui estão vocês dois; queremos encarregar vocês dessa missão, para o bem de Divine Ground! — Ela abriu os braços, o sorriso amarelo só evidenciando o quão ensaiado havia sido aquele discurso pífio.

— Eu quero saber o que nós dois temos a ganhar com isso. — Apontei para a garota ao meu lado com o polegar, ainda que sem olhar para ela.

A funcionária manteve o sorriso, dessa vez um mais… real.

— O que mais? Concórdios. É o que podemos oferecer para vocês, ainda mais que, pelo que dizem em nossos registros, vocês estão desempregados, certo?

— Ótimo. — Arélia falou pela primeira vez, o que me fez dedicar atenção para ela quase que exclusivamente. — Por mim é justo. E você, o que me diz?

— Hm. Pelo dinheiro, é claro. — Dei de ombros, me afundando na cadeira enquanto a funcionária da prefeitura dava mais informações.

— Pois bem, fico feliz que tenham concordado! Aqui está uma lista do que a equipe precisa, no momento. — Peguei o papel quando ela o estendeu, deixando-o em uma altura que a mulher com as tranças pudesse ler. band-aids, álcool, gases, linha de sutura, luvas e máscaras hospitalares, fármacos e...

Reese’s? Por Júpiter, o que chocolates ajudariam em uma emergência? — A garota perguntou, o tom de voz mostrando uma certa indignação.

— A pergunta é; onde vamos achar tudo isso? — Ignorei o fato do chocolate; não era nada que eu me importasse, muito pelo contrário; eu só queria o dinheiro.

— Só tem um lugar em que podem encontrar tudo isso. — Ela deu uma risada abafada, olhando para nós dois. — Acho que está na hora de vocês irem às compras, não acham? Que tal o Walmart?

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Walmart? A minha voz detinha uma certa indignação, aliada ao sentimento de impotência; quem eles acham que são para fazerem o que querem conosco? — Eu luto em uma arena e eles acham que eu me enquadro como… entregador?

— Veja pelo lado bom, ainda vamos ganhar dinheiro de qualquer jeito. — Tentando ver o copo meio cheio, Arélia comentou por cima do ”click” que se fez quando o portão de Divine Ground se fechou atrás de nós. — Bem, não teremos desafios, eu acredito.

Travei a mandíbula, tomando a dianteira dela com os punhos cerrados.

— Esse é o problema. Eu quero desafios. Eu quero vencer todos eles e me tornar cada vez mais forte. — Não era a minha intenção soar ameaçador, mas certamente qualquer um poderia pensar aquilo — qualquer um, menos Arélia; ela pareceu não se importar, ou fosse apenas um recado de que eu não poderia amedrontá-la. E talvez fosse melhor assim, partindo do ponto de que eu não queria, tampouco deveria, revelar sobre os meus planos e motivos para buscar a minha própria evolução enquanto semideus.

— Ok, ok… — Ela desviou o seu andar, continuando o seu caminho anterior. — Então aí está o seu primeiro desafio… como vamos chegar até lá? Demoraremos umas dez horas só para chegar em Denver.

Dessa vez, permiti que um leve sorriso em meu rosto se mostrasse presente, saindo da estrada de chão batido que levava aos portões da cidade e subindo o pequeno aclive. Eu sabia como chegar no local, e de forma rápida.

— O que foi? Se prefere ir andando, não me importo. Mas eu vou chegar antes. — Afirmei, continuando o meu caminho. Não precisei olhar para saber que ela me seguia.

A vegetação em volta de Divine Ground era um tanto densa, com tantas espécies de pinheiros e outras coníferas que cercavam a cidade, mas aquele caminho eu conhecia bem; era o mesmo que eu fazia sempre que queria sair da cidade, não importando para onde fosse. Sabia que não estava mais protegido pelas limitações mágicas que havia dentro daqueles muros, então era questão de tempo até nos depararmos com algum monstro ou coisa do tipo. Exclusivamente por isso, apertei o passo, evitando contato com a garota que havia sido convocada junto de mim para aquela tarefa.

Ela só não parecia estar interessada em manter o silêncio.

— Olha, não sei de onde você vem, mas de onde eu venho não é muito comum seguirmos estranhos por aí, sem mais nem menos. Pode me falar onde estamos indo? — Não podia julgá-la por isso, mas tampouco me importava se ela iria continuar me seguindo ou não. Não faria mal a ela, desde que não me atrapalhasse. Subi um último aclive, e então lá estava; uma pequena cabana abandonada, as marcas do tempo castigando-a já a muito.

— Chegamos. — Apontei, desta vez olhando para ela. — Vai ser a maneira que chegaremos em Lakeside. — Parti em direção à cabana, dando uma pequena corrida. Não precisava entrar nela, tampouco me preocupar com o seu entorno; tudo o que me importava estava, na verdade, do outro lado. Coberta por uma lona grande o suficiente, lá estava a minha “casa” quando os muros de Divine não podiam me proteger mais; uma Chevrolet Silverado 1998, mais velha do que eu mesmo. Sua pintura vermelha já não era tão chamativa, devido às intempéries que serviram como um aviso de que nada sobrevive a velhice, nem mesmo aquelas coisas que não dependiam de funções biológicas.

Olhei para Arélia, tentando captar alguma reação, mas apenas encontrei surpresa em seus olhos.

— O que foi? É um carro mortal, não posso entrar com ele em Divine Ground. — Disse com naturalidade, apanhando a chave guardada em cima da roda dianteira em um compartimento próprio para isto. Por algum motivo, aquela menina começou a sorrir, como se algo fosse muito engraçado; não, ela estava mais… segurando uma risada, como se fosse algo impróprio para ser dito para alguém que você não conhecia. E ela fazia bem; nunca tolerei muitas piadinhas. — Não faça cerimônia. Vamos.

Abri a porta, adentrando na caminhonete sem delongas. Arélia não tardou para o fazê-lo, e em poucos minutos já estávamos na Golden Gate Canyon Road, sentido Denver.

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— E cá estamos. — Durante todo o trajeto — que não demorou mais do que quarenta minutos —, estas foram as únicas palavras proferidas; não trocamos palavras, tampouco pudemos ouvir as músicas que tocavam na rádio por conta dos monstros que poderiam se sentir atraídos por isso. Claro, como se dois semideuses (e um deles sendo filho de Netuno) já não fossem mais do que o suficiente.

Ainda assim, quando curvei na West 45th Avenue com a North Harlan Street, anunciei que já estávamos praticamente no nosso objetivo; Walmart. Como sempre, o local estava com o estacionamento lotado, indicativo de que teríamos que enfrentar uma longa fila… e este não era o tipo de desafio que eu esperava.

— Moleza! — Comemorou a morena, olhando para mim com um sorriso simpático — um sorriso que não retribuí.

— Não comemore antes da hora. Vamos — Tirei a chave da ignição quando finalmente encontrei uma vaga, prendendo-a em meu cinto. Estar em um mercado, ainda mais tão grande quanto aquele, certamente seria um fator benéfico para nós dois; produtos de limpeza, pessoas transitando, cheiro marcante de vegetais e frutas… tudo servia como uma maneira de camuflar o nosso “odor atrativo”, então aquilo de certa forma me tranquilizava, ainda que não fosse racional ficar desatento; meus olhos reviraram para todas as direções em procura de qualquer coisa que fugisse do padrão “mortal”.

— Faz tanto tempo que eu não venho em um desses… peguei até um carrinho, para ficarmos na temática. — Arélia se aproximou, empurrando um carrinho de compras do estabelecimento. Apesar de todos os pesares, ela parecia estar se divertindo com a situação e eu não poderia culpá-la, ainda que achasse extremamente estúpida por isso.

— Vamos primeiro na sessão de farmácia. Acho que encontraremos a maioria das coisas lá. — Puxei o carrinho pela parte da frente, me guiando pelas faixas em cima de cada departamento; snacks, leites e derivados, produtos de limpeza, chás e cafés e…

Dracaenae.

Nem mesmo se eu estivesse cego seria incapaz de reconhecer aquelas malditas criaturas e suas caudas bifurcadas. Elas haviam me sequestrado, me tratado como um lixo e até mesmo coisas piores… por causa delas, Gwendolyn estava morta, e eu não poderia permitir que aquelas criaturas tivessem o mínimo de sobrevida… mas ali era um mercado. Talvez pelo cheiro dos produtos e da clientela — que estava em peso no ambiente — elas não haviam sentido a presença de dois semideuses, mas ainda assim não poderíamos nos aproximar tanto; seria apenas questão de tempo.

— Olhem sssssssó, criaturassssss! Venham provar o deliciossssso café ssssnake bitssss! — Comentou a primeira delas, o tronco vestido com uma espécie de macacão laranja e carregando um expositor em seu pescoço com vários copos de plástico com café, ou algo que fosse próximo a isto. Havia outras duas, vestidas da mesma forma que a primeira e também com seus expositores lotados daqueles copos. Os mortais não pareciam tão interessados na bebida, inclusive preferiam passar longe, sabe-se lá o que a Névoa os fazia enxergar.

— Esssstão ssssentindo esssssse cheiro? — Indagou a mais próxima de nós, tentando farejar algo com seu nariz de fenda. — Issssto é cheiro de ssssemideussss! Tem um ssssemideusss aqui!

— Sssssó ssse ele foi moído nessssssssessss caféssss! — Gargalhou a terceira, dando um tapa nas costas da dracaenae que havia sugerido a presença semidivina. Com o impacto, ela foi forçada um pouco para a frente e um copo caiu no chão; terra. Não era café, nem em pó e tampouco líquido. Era nada mais e nada menos do que terra. Talvez isso explicasse a repulsa da população.

Ciente de que Arélia estava próxima, estendi meu braço, sentindo-o bater em sua barriga. Não permitiria que ela avançasse.

— Dracaenae. — Disse entre os dentes. Sentia o sangue correr em meu corpo com a raiva que aflorava de cada poro em minha face; sentia o meu bracelete — que por acaso era o meu tridente — esquentar, como se o metal respondesse aos meus anseios. — Vamos evitar. Por hora.

— Certo. Tive uma ideia. — Ela começou a andar com o carrinho novamente, adentrando na sessão de produtos de limpeza. Ela começou a adicionar diversos itens no carrinho, como desinfetantes, amaciantes, alvejantes, água sanitária e outros produtos do tipo. Não entendi qual era a sua intenção, pelo menos não até ela abrir uma das garrafas de amaciante e… passar em mim. Ela fez questão de deixar os meus braços molhados com o líquido perfumado, mas teve o mínimo de senso em não molhar as minhas roupas. Arqueei uma sobrancelha, olhando-a com uma certa desconfiança.

— O que foi? Vai nos ajudar a embaralhar as narinas, e de quebra, você fica cheiroso. — Lambuzou os próprios braços com o líquido, me olhando com um sorriso desafiador nos lábios.

Evitamos ao máximo o setor de cafés. Por sorte, a farmácia ficava quase no outro extremo do mercado, então não foi nenhum problema. Pegamos aspirina e todos os outros remédios indicados na lista, não esquecendo nem mesmo do maldito chocolate que parecia ser tão importante. Sabia que Arélia estava apreensiva por conta das Dracaenae e com a possibilidade delas nos identificarem a qualquer momento, mas parte de mim deseja que aquilo acontecesse. Parte de mim queria trucidá-las, transformá-las em pó e levá-las para o fundo do tártaro com a correnteza que eu conseguisse produzir. Sabia que elas provavelmente não faziam parte das malditas cobras de Victoria, minha cidade natal, mas ainda assim me faziam lembrar daquelas. Me faziam lembrar de Gwen…

— Vamos passar as compras. — Puxei o carrinho, sem mais nem menos. Não me importaria mais o que Arélia pensava; já havia decidido o caminho a seguir.

De canto de olho, ainda conseguia ver o trio de Dracaenae paradas com os expositores sujos de terra. Exceto pela que havia desconfiado de nossa presença, as outras ainda estavam mais interessadas em “convidar” — para não dizer assustar — os mortais com sua bebida, que nada era além de terra.

O supermercado era mais um daqueles em que não havia caixas ou humanos para embalar as compras. No lugar disso, havia grandes tokens feitos para o próprio cliente ler o código de barras de suas compras e pagar no final de tudo. Arélia começou a passar cada um dos itens, ao passo em que tomei a dianteira e comecei a embalar as compras e devolvê-las ao carinho.

— Vamos rápido, a ideia é colocarmos tudo rápido no carro e partir daqui quanto antes! — Sussurrou ela, passando o chocolate Reese’s no leitor. — Seria muito perigoso enfrentá-las aqui. Podemos acabar ferindo vidas mortais que pouco tem a ver com isso.

Assenti com a cabeça, colocando o último item na sacola e por fim, no carrinho… não me importava com aquelas vidas humanas.

— Então vamos? — Deixei com que ela guiasse o carrinho de compras até o estacionamento. Não demoramos para chegar até a caminhonete, colocando todas as compras em sua carroceria. No fim, não esperava que fosse a quantidade o suficiente para lotar a parte traseira. — Sabe dirigir? Pode ir dando a partida que eu só devolverei o carrinho.

Lancei a chave para o alto, tomando o carrinho e rumando em direção ao mercado. Em direção as malditas cobras. Assim que eu soube que os olhos de Arélia não me alcançariam mais, lancei o carro em qualquer direção, deixando-o correr lentamente. Meus passos me guiaram lentamente em direção ao corredor dos cafés, as dracaenae ainda estavam lá incomodando os clientes do mercado. Cerrei os punhos, até avistar um pequeno quadrado na parede. ”Em caso de incêndio quebre o vidro”.

— EI! — Gritei, e todas as pessoas que puderam ouvir o grito viraram em minha direção, as cobras inclusive. Ao mesmo tempo que o meu bracelete se transformava em um tridente longo e brilhoso, desferi um soco contra a parede, quebrando o vidro e acionando o botão, dando início a confusão; as pessoas começaram a evadir o local assim que as sirenes tocaram e os sprinklers entraram em ação. Durou menos do que dez segundos para que todo o meu corpo ficasse ensopado, dos pés até a cabeça. E isso jamais seria um problema para mim; seria um problema para elas.

— Eu disssssssssse! Sssssemideussssss aqui no mercado! — Delatou a outra, lançando o copo de terra para longe e levantando o seu expositor. Era, na verdade, um escudo.

— Vamossss transsssformá-lo em comida, ssssemideussss! Isssssso é por atrapalhar nossssssosssss negóciossss! — Sibilou a do meio, também levantando o seu expositor e revelando também um escudo. A terceira não proferiu nenhuma palavra; apenas botou a sua língua bifurcada para fora, talvez sedenta para me provar. Ela virou-se para apanhar três lanças, armando-se e armando suas companheiras. Era uma luta três contra um, mas não me importava; aquilo era apenas uma fração de minha vingança.

— Estão esperando demais. — Posicionei o tridente em direção a elas. — Venham. — Bastou falar e as três vieram em minha direção; as três lanças apontadas no mesmo ponto, rente ao meu peito. Precisei lançar o meu corpo para a esquerda enquanto rebatia o golpe com força com o cabo de meu tridente, desviando-me com eficiência… mas havia um problema; não havia escapatória contra outro golpe. Os corredores não me permitiam isso, afinal. Precisava limpar o cenário para poder lutar com maior facilidade.

— Sabem nadar? Vão precisar. — Brandi o meu tridente, gritando a plenos pulmões; de baixo de meus pés, uma grande torrente de água nasceu, me lançando para o alto enquanto ondas atingiam quase que todo o ambiente, devastando prateleiras e mais prateleiras para os cantos do mercado. As cobras não se safaram do ataque; todas foram acertadas pela onda, tendo dificuldade para levantar-se do “caldo” que haviam tomado.

— Nem pense em levantar! — Gritei enquanto caia, o tridente direcionado diretamente para o pescoço daquela que havia suspeitado do cheiro semidivino. Meu braço parecia vibrar como um terremoto quando o ataque acertou a maldita, o corte tão fundo que ela não teve tempo para reagir; seu corpo se desintegrou em uma explosão de pó, sendo levada com a correnteza que minhas ondas ainda causavam. Apenas o escudo e a lança emergiram como espólios de batalha — espólios que eu jamais assumiria.

— Dessssssgraçado! — Gritou a dracaenae do meio. — Ssssilvana, vamosss acabar com esssse! Prenda-o agora! — Não percebi quando aquela criatura havia levantado com uma espécie de boleadeira em mãos, mas ela já o girava no alto de sua cabeça, mirando minhas pernas. Eu estava de costas e não poderia simplesmente me virar para defender. Foi quando ela o lançou e a própria água que eu havia criado me defendeu; ela se ergueu como uma espécie de meia-parede, rápida o suficiente para engolir o ataque e bloqueá-lo. Neste meio tempo, ergui-me, ficando de frente para as criaturas.

Eu só não contava com o que vinha em seguida.

— Não! — À medida que a minha manipulação caia, uma lança rápida o suficiente cortou a água, inútil em tentar freá-la. A dor foi, acima de tudo, inexplicável. Era excruciante, tão dolorosa que pareceu levar toda a minha força junto. Caí no chão, a lança fincada em meu abdômen e transpassando em minhas costas. Eu soube reconhecer que não havia atingido nenhum órgão, mas a perda de sangue já seria o suficiente para me fazer desmaiar em pouco tempo, e se não fosse curado logo, me levaria a morte. Nada disso importava, já que era só questão de tempo para que as duas criaturas me matassem. Soltei o tridente, sentindo a água me abraçar como se tentasse me proteger de algo… era inútil.

Meus olhos já estavam semicerrados quando apenas consegui enxergar um vulto muito rápido, batendo asas com graciosidade. Esta foi a minha última visão.


adendos:
Atthos Corrigan

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Ocupação : Desempregado
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Dados do Semideus
Atributos:
AtributosPontosPontos
ForçaForça• • • •
DestrezaDestreza• • • • •
AgilidadeAgilidade• •
ConstituiçãoConstituição• • • • •
InteligênciaInteligência
CarismaCarisma
NaturezaNatureza• • • • •
MagiaMagia
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Arélia Montesane
Membro da prole de Victoria
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Walmart?
I just need to win, no matter what.
Arélia ainda não tinha, exatamente, uma opinião formada sobre Atthos. Para ela, uma moça simples e brasileira, que estava quase sempre de bom humor e quase nunca com incertezas, ela só havia concluído que ele era um cara claramente sem carisma, que aparentemente não gostava de falar sobre si, sobre sua vida… ou sobre qualquer coisa, na verdade. A viagem dos dois até ali, naquela missão, havia tido poucas conversas, quase todas iniciadas pela semideusa filha de Victoria, já que, apesar de estarem em uma missão  de vida ou morte com o filho de Netuno e estar contente de poder sair de Divine Ground e terem visto seu potencial em sua luta no Coliseu, o outro não parecia compartilhar dos mesmos sentimentos - ou pensamentos. Não havia assistido a luta de Atthos, mas apostaria bastante dinheiro que havia sido tão rápido quanto feroz, assim como a luta dela (é claro). De qualquer forma, o garoto parecia pensar com seus botões enquanto dirigia, o maxilar tenso a maioria do tempo, fazendo Arélia ter a impressão que ele estava fazendo força para simplesmente não abandoná-la na beirada da estrada e simplesmente ir sozinho. Por isso, a Montesano escolheu o caminho mais fácil e agradável para os dois: o silêncio.

Após terem chegado (e apesar de terem encontrado as Dracaenae no mercado), tudo parecia correr tranquilamente. Conseguiram pegar todas as coisas que precisavam - inclusive o chocolate -, e, a pedido do mais novo, Arélia seguiu para o veículo e aguardou ali, dando a partida no carro enquanto esperava o semideus colocar o carrinho em seu devido lugar. Era um alívio que nenhuma luta tivesse acontecido (ou nenhuma situação estranha) e eles não tivessem sido atacados por ninguém, inclusive humanos, na verdade. Parando para pensar (e não contando as vezes que ainda estava no Brasil), era provavelmente a primeira vez que conseguia sair de Divine Ground sem ser perseguida, atacada, capturada ou ameaçada. Parecia uma ótima…

PAW, PAW, PAW, PAW, PAW

…evolução.

Arélia arregala os olhos com os sons, se curvando para enxergar pelo vidro do parabrisa, no carro, para descobrir de onde, pelo Tártaro, estava vindo aquele barulho repetitivo e alto, como se algo pesado e grande estivesse caíndo. A menina se apoia no volante e olha em direção ao supermercado, que, em questão de segundos, tem as portas chiques de vidro arrombadas por múltiplas pessoas saindo ao mesmo tempo, correndo, parecendo desesperadas, do local. Junto com elas, pelo chão, um mar de água se expande rapidamente em direção ao estacionamento, chegando a alcançar a caminhonete e diversos outros carros estacionados em sua volta. Pelos Deuses. Cadê o Atthos? Se perguntou, desligando o carro e guardando as chaves no bolso antes de descer e correr em direção ao Walmart, as calças jeans sendo imediatamente encharcadas pela água que continuava a correr da loja. Sabia, em seu coração, que aquilo era provavelmente culpa dele. Afinal, de onde mais teria vindo toda aquela água?  Era impressionante, sinceramente, essa capacidade que tinha de arrumar confusão mesmo quando não procurava.

A Montesano passou por entre as pessoas que ainda corriam do supermercado, batendo seus ombros com as delas, desajeitadamente tentando passar por ali, e com dificuldade, conseguiu atravessar a multidão para chegar dentro da loja. Uma das Dracaenae de mais cedo só podiam ter encontrado o filho de Netuno enquanto ele guardava o carrinho, não haveria outra explicação.

Quando chegou até a porta, conseguiu ver, ainda que apenas um relapse, Athos de pé. Ele tinha em sua mão um tridente grande, feito inteiramente de bronze, com quase 2 metros de altura. Ele estava em posição de luta, com as pernas levemente flexionadas, parecendo pronto para pular em alguém. Ao seu redor, a água tomava conta de tudo, as comidas, os caixas, as prateleiras.. que,  ao fundo, estavam todas derrubadas e seus itens espalhados e flutuando por aí. De frente para o semideus - assim como atrás de si -  havia duas dracaenas, todas claramente armadas, com raiva e mostrando os dentes, os olhos de cobra fixos no semideus. — Deuses — sussurra, abrindo a porta novamente, que insistia em fechar com a água a empurrando Assim que a abre, sente o líquido sendo jorrado novamente para o lado de fora, alcançando a cintura da filha de Victoria e a ensopando imediatamente. Aquela água a deixaria duas vezes mais pesada, mas mesmo assim a garota dá dois passos para dentro da loja, arrancando sua corrente em seu pescoço com força, a segurando em sua mão. A sente crescer imediatamente e seus dedos se reposicionam para segurar a arma longa, a ponta afiada e brilhando em dourado, a cor de sua mãe. Antes que possa fazer qualquer coisa (como lançá-la, gritar o nome de seu colega ou simplesmente sair dali e fingir que nada aconteceu), uma das mulheres cobra arremessa sua própria arma e ela atravessa a barreira protetora feita pela água do semideus, acertando e se fixando em seu abdômen.

Arélia arqueja, chocada, e vê o corpo do filho de Netuno cair no chão. A água dificultava sua caminhada,  e os monstros cada vez mais se aproximando dele… provavelmente para jantarem. — Não! — berra em português, querendo desviá-las de seu foco e chamar a atenção para si. Aproveita e invoca, em suas costas, longas asas douradas, parecendo metálicas, assim como as de sua mãe, e as bate com força, levantando seu corpo para o ar rapidamente, apesar da água. — Ei, suas cobras fedidas! — xinga, novamente em português.  Apesar de provavelmente não terem entendido o xingamento, os monstros a encaram, ficando mais bravas — Aqui, suas jumentas! — fala, dobrando uma das asas para frente de si, e girando-a rapidamente, fazendo diversas penas, como flechas, serem lançadas em suas direções. Um dos monstros se abaixa atrás de seu escudo, xingando em voz alta — Maisssssssss um lanchinho para nossssssssssso jantar! — fala, enquanto o outro monstro gira uma enorme rede em suas mãos, e antes que Arélia consiga voar para longe, é acertada em cheio pela armadilha com as bolas de ferro na ponta, tão pesadas que fazem seu corpo ir imediatamente em direção ao chão.

Ela berra quando bate as costas no chão, jogada para trás pela armadilha do monstro, e a água, ao seu redor, apesar de claramente estar diminuindo, a encobre totalmente, fazendo-a ter que prender a respiração. Tenta levantar, puxando as bolas para cima de si, a água facilitando o processo de levantá-las apesar do peso ser tão grande que ainda a afetava, e as leva para frente, aumentando sua própria força para isso com suas habilidades, sentindo a energia pulsar dentro de si com seu sangue, correndo por suas veias e a enchendo por dentro. Mantém a mão firme no objeto, o puxando junto consigo enquanto consegue pelo menos deixar a cabeça para fora do mini-mar feito por Atthos, que havia se formado dentro do estabelecimento — Desgraçada! — berra, e consegue, de uma vez, tirar de cima de si a rede e bater as asas novamente - mas a dracaenae já esperava seu movimento. Rapidamente, as duas cospem veneno em sua direção, acertando a corda e suas mãos com uma gosma esverdeada e nojenta, além de claramente fedida. O ardor, assim que a atinge, é imediato, se infiltrando em sua pele e passando para sua carne, derretendo a rede ao seu redor e causando uma dor excruciante em sua mão.

— Sua putaxinga baixo, batendo as asas fortemente para se forçar a subir novamente no ar enquanto os dois monstros tentam andar em sua direção. O corpo de seu colega de equipe, para a conveniência (ou inconveniência) de Arélia, havia sumido, e apesar de saber que o garoto não poderia morrer afogado, sentiu seu coração pesar de preocupação, não sabendo para onde diabos ele seria levado pela água. A menina, então, aproveitando que estava no alto, usa sua força para arremessar de volta a rede no monstro da esquerda, enquanto levanta duas mãos no ar e berra, a plenos pulmões, a invocação uma de suas queridas Nikais logo atrás desta Dracaenae, ordenando para que esta enfie sua lança no meio de suas costas. Sem parar para ver se havia dado certo ou não — e sem sua lança, pois esta estava em algum lugar no chão, derrubada pela rede lançada previamente — voa em direção ao segundo monstro, as asas abertas atrás de si, douradas, e suas mãos estendidas em direção à sua adversária, mais especificamente seu pescoço.

Ela ouve um berro vindo ao seu lado, do outro monstro, mas não para. Suas mãos alcançam o corpo da segunda dracaenae, o pescoço esverdeado e áspero sendo imediatamente envolto por suas dedos, o apertando - e o levantando. Arélia continua a bater as asas com força, voando para mais em cima do mercado, alcançando rapidamente, os três, quatro, cinco metros. Abaixo de si, o monstro sibilava, mas a menina não lhe dá atenção. — Me sssssssssssolte, sssssssssssssssser inferior! Eu vou matar você! — berra, mas a semideusa, sobe mais, seus seis, sete, oito, nove… dez metros. O monstro, querendo contra atacar, tenta mordê-la, mas a semideusa é mais rápida… e mais desastrada. Tentando desviar, acaba abrindo a mão e deixando a dracaena cair. Sua queda é rápida, e sua morte, mais ainda. Seu corpo amassa a prateleira abaixo de si, a madeira exposta e quebrada a atravessando completamente, entrando por suas costas e chegando em sua barriga. Em questão de segundos, seu corpo evapora, e a última coisa que Arélia vê é o ódio em seu olhar.

Ela sente a mão arder por algum motivo, mas não dá atenção, erguendo o olhar para a última que faltava ser morta. Ela parecia estar em uma intensa batalha com sua Nikai, sibilando alto em seus golpes, tentando acertá-la, mas a Nikai era mais rápida, desviando e tentando acertar algum ponto vital. Arélia rapidamente reparou que uma das caudas de serpente estava com um imenso corte em sua extensão - e, logo ao seu lado, algo brilhante cintilava na água, parecendo querer chamar a atenção da semideusa. Estreitando os olhos, a filha de Victoria reconheceu: era o tridente de Atthos, agora aparecendo porque a água diminuía, apesar do sistema de incêndio ainda estar ativo e ainda ‘’chover’’ dentro do local. Antes que pudesse pensar melhor na ideia, Arélia recolhe levemente as asas, caindo rapidamente em direção ao chão, e as abre para planar e posar ao lado das duas, mergulhando rapidamente para pegar o tridente do filho de Netuno. Não era tão confortável quanto uma lança e sabia que não seria tão eficiente, mas seu intuito, no fim, era o mesmo; matar.

Tão rápido quanto conseguia, a semideusa levantou da água, olhou em direção ao monstro e lançou, com toda sua força, a arma contra o corpo da dracaenae. Como ela estava de costas, a arma a acertou em cheio, atravessando seu corpo e deixando milésimos de segundo parada antes de estourar em uma nuvem de fumaça preta, o pó caindo na água e se desintegrando de imediato. Arélia respirou fundo, os ombros caindo do cansaço que a atravessava. A água havia diminuído e agora alcançava seus joelhos, mostrando a enorme bagunça que a loja havia se tornado. A Nikai, tendo seu dever comprido, desapareceu também, deixando a semideusa sozinha e de pé no meio de toda a zona. Arélia já sentia os olhos arderem e o corpo querer cair no chão, mas se forçou a olhar ao redor, tentando achar Atthos em algum lugar. O filho de Netuno provavelmente havia sido levado pela água para algum ponto que não fosse focado na luta, ou simplesmente arrastado, mesmo, pela correnteza. Encarou o chão, querendo ver se encontrava algum vestígio do semideus, mas nada aparecia em sua frente. Lentamente, andou em direção ao tridente, se abaixando para pegá-lo onde jazia, ao lado do escudo e da lança da própria Dracaenae. Não parecia ser um material tão bom a ponto de ser levado para DG a fim de ser derretido por um dos filhos de Mercúrio, então apenas os descartou e segurou o tridente na mão, os olhos dourados tentando encontrar sua própria arma e seu colega de missão.

Começou a andar pela loja, meio correndo meio com calma, com medo que os mortais voltassem para ver o que havia se tornado aquele lugar. Demorou cerca de 10 minutos, mas, finalmente, após encontrar a própria arma, Arélia o achou debaixo de uma das prateleiras, a água agora quase tão rasa que batia em seu tornozelo. O garoto estava com um enorme sangramento no abdômen, o rosto franzido em dor e tão branco que parecia morto. A semideusa correu para o menino, levando as mãos até seu pescoço e tentando sentir seus batimentos cardíacos… mas nada soava ali. Respirando fundo para tentar se manter calma, se abaixo e se curva em cima do garoto, colocando a cabeça em cima de sua blusa encharcada, do lado esquerdo do corpo… e tão fraco quanto silencioso, seu coração marcava presença, denunciando sua vida. A menina suspirou de alívio, sentindo a água salgada chegar até seus olhos antes que pudesse impedir e trouxe, dentro de si, novamente, a força, sentindo-a encher seus braços, seu corpo, sua mente, e passou os braços do menino em volta de seu pescoço, o levantando. Segurou sua cintura e o arrastou, lentamente, em direção à saída. O sangue manchava tudo o que tocava, deixando um rastro avermelhado por onde passavam. Argélia sentia que provavelmente não chegariam até Divine Ground a tempo, e que a vida daquele semideus... estava em suas mãos.

notas:


Arélia Montesane

Imagem A : [Tarefas: Arena da provação] - Atthos Corrigan 3d104524491c8ef76747b2ce266626fd
Ocupação : Desempregada
Idade : 24
   


Dados do Semideus
Atributos:
AtributosPontosPontos
ForçaForça• • •
DestrezaDestreza• • •
AgilidadeAgilidade• • •
ConstituiçãoConstituição• • • •
InteligênciaInteligência
CarismaCarisma
NaturezaNatureza• • •
MagiaMagia
EspiritualidadeEspiritualidade
Imagem A
Hércules
Deuses
Idade
Ocupação
Nível
Imagem B


Avaliação



Recompensa Máxima da tarefa: 5.000 XP
Recompensa Extra do Evento: 2.500 XP

Narratividade de Atthos Corrigan e Arélia Montesane: 100/100
Recompensa Final: 7.500 pontos de experiência e 2.500 Concórdios.


Comentários



Oh wow...!

Fiquei meio receoso quando vi o tamanho do tópico, mas, ao fim da leitura, nem percebi o tempo passando. Vocês dois souberam conectar seus personagens à trama da missão/evento de um jeito natural e interessante. Na verdade, ficou tão bem feito que, por um momento, acreditei estar lendo uma DiY e não um roteiro proposto. Os diálogos ficaram bem construídos e não serviram para enrolar ou encher linguiça, no que mostraram ainda mais da personalidade dos dois personagens. Meus parabéns. Espero que continuem nesse ritmo na hora de escrever...
Hércules

Imagem A : [Tarefas: Arena da provação] - Atthos Corrigan FrZmJyW
   

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Ocupação
Nível
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