[Coliseu: Arena da Provação] — Madeline Stark

A família Stark era uma das mais ricas e influentes da cidade e, como acontece em todas as famílias muito ricas e visadas, esperava-se muito de todos os seus integrantes. Joanne, a matriarca, era conhecida não apenas por ficar a frente de todos os negócios dos Stark, mas também por ser uma guerreira extremamente boa. Sendo assim, seus filhos não poderiam ser menos do que excepcionais. Os mais velhos já tinham seguido por um bom caminho - ou algo bem perto disso - e estavam encaminhados para liderarem as empresas, mas a mais nova carregava o estigma de ser mimada e teimosa, mesmo que atualmente já não apresentasse mais esse comportamento que tinha quando criança. O problema era ainda ser vista como o “bebê” e isso fazer com que todos, principalmente sua mãe, duvidasse de sua capacidade de se virar sozinha. E se já era motivo de piada Madeline dizer que queria fazer parte dos compromissos da empresa, parecia ser ainda mais engraçado quando ela dizia que podia ser uma grande guerreira, como a mãe. Aparentemente meninas mimadas não sabem usar suas espadas.

2024 não parece um bom ano para duvidar da capacidade de uma mulher.

E foi assim que Madeline se inscreveu para participar de uma luta na arena da provação. Não dava para dizer que sabia exatamente onde estava se metendo, já que seria sua primeira vez em uma luta fora de treino, mas tinha um ponto para provar e era decidida o bastante para seguir em frente. Ia fazer seu nome e tomar seu espaço dentro da família Stark, provando que poderia ser tão boa e valente quanto qualquer um deles. Não precisava de dinheiro ou fama, mas os dois a levariam onde precisava chegar.

O sol ardia no céu enquanto a multidão no Coliseu rugia em antecipação. Madeline adentrava a Arena da Provação pronta para provar seu valor, seus olhos brilhando com determinação, refletindo o espírito guerreiro de sua mãe divina. Vestida com uma armadura leve que permitia mobilidade, empunhava firmemente seu gládio de ouro imperial. O cabo da espada, familiar em suas mãos, trazia uma sensação de segurança e familiaridade, comum depois de tanto tempo treinando com o objeto. Ela sabia que essa batalha não seria fácil, mas estava pronta para enfrentar qualquer desafio.

A arena, com apenas o chão de terra batida como cenário para o combate, parecia pulsar com a energia das lutas anteriores. Madeline sentia cada olhar da audiência sobre ela, mas também o peso do olhar de Joanne, sua mãe adotiva, e seus irmãos, aguardando que demonstrasse um desempenho excelente. Em silêncio, fez uma breve prece à Belona, pedindo força e coragem, batendo a ponta da espada no chão, ao lado de seus pés, num ritual de boa sorte que sempre fazia. Em seguida, caminhou sem pressa até o meio da arena.

À frente, uma porta pesada se abriu, revelando a silhueta sinistra de seu oponente. Uma Dracaena, criatura temível com busto humano e caudas de serpente no lugar das pernas, deslizou para a arena, com suas escamas verdes brilhando ao sol. Madeline respirou fundo, olhando uma última vez por cima do ombro, vendo que agora não tinha mais volta ou espaço para medo, apenas sede de vencer.

À medida que a Dracaena avançava, Madeline observava cada detalhe de sua oponente, estudando a criatura maior, procurando por pontos onde poderia atacar. O monstro se erguia imponente, suas duas caudas de serpente se movendo de um jeito que lhe causava asco e os olhos de íris fendidas fixavam-se na cria de Belona com um olhar predatório. Era uma visão aterrorizante, mas não fez a semideusa recuar.

Empunhando uma lança, a besta sibilava ameaças enquanto se aproximava, sua voz em um misto de raiva e malícia, cada palavra carregada de veneno. - Vai se arrepender de me enfrentar, fedelha. - sibilou a criatura, mostrando as presas afiadas. Madeline manteve a postura firme, sem se deixar abalar pelo que ouvia, ficando agora com raiva por ser desacreditada até pelo seu oponente. Teria que entrar no final da fila, porque já tinha bastante gente que duvidada de sua capacidade e pra quem ela tinha que provar alguma coisa. - Vou deixar isso escrito na sua lápide. - rosnou de volta, girando a espada em sua mão e dando passos firmes na direção do monstro. Era a hora.

A Dracaena moveu-se rapidamente, erguendo sua lança e avançando para a luta. Não pensou duas vezes antes de descer a lança com tudo na direção do corpo de Madeline, que habilmente levantou sua espada e bloqueou o golpe, fazendo o som do choque das armas ecoar pela arena. Rapidamente se deu conta da força que enfrentaria pelos próximos minutos e que a besta não parecia nem um pouco preocupada em acabar com Madeline, o que era até bom, assim a semideusa ficava irritada e dava um jeito de matar a oponente mais rapidamente.

A Dracaena sibilou, mostrando suas presas afiadíssimas. - Pode correr, mas no fim, sou eu que vou saborear sua carne, pequena guerreira, ameaçou, avançando mais uma vez para um novo golpe de lança. Madeline defendeu-se com um ataque preciso de seu gládio, desferindo um golpe lateral que fez a Dracaena precisar bloquear habilmente com a lança. Os olhos de Madeline brilhavam com determinação; ela não se permitia errar.
A multidão prendeu a respiração, os olhos fixos na batalha que se desenrolava. Madeline e a Dracaena mediam forças, cada uma buscando uma abertura em um confronto que prometia ser intenso, e a Stark estava determinada a sair vitoriosa.

Madeline não recuou, mesmo que estivesse receosa sobre continuar tão perto de um monstro que era bem maior que si, mas usando apenas uma espada, não tinha escolha a não ser ficar perto e atenta para desviar rapidamente quando fosse necessário. A Dracaena, por outro lado, parecia estar no auge do seu momento de confiança e decidida a se livrar da semideusa o quanto antes, da maneira mais dolorosa que pudesse, subestimando o poder da oponente.
Com um grito de guerra, Madeline atacou novamente, fazendo a Dracaena contra-atacar, tentando empalar a Stark com sua lança venenosa. Madie desviou, sentindo o vento da lança passar perigosamente perto.

A batalha continuou intensa, com ambas as combatentes mostrando habilidades impressionantes. Madeline, com sua destreza aumentada pela Fúria da Batalha, conseguiu desferir alguns golpes em pontos vulneráveis, mas a Dracaena parecia incansável. As duas trocavam golpes ferozes, o som das armas entrechocando-se preenchendo a arena.

A Dracaena, irritada pela resistência de Madeline, decidiu usar um de seus poderes especiais. Com um silvo ameaçador, a criatura recuou momentaneamente, levantando sua lança. A ponta da arma começou a gotejar um líquido esverdeado — veneno mortal. Agora você vai sentir o verdadeiro terror, menina mimada - sibilou, avançando com uma velocidade assustadora.

Madeline percebeu o perigo iminente. Com movimentos rápidos, desviou dos ataques venenosos, mas sabia que não poderia continuar assim para sempre. Ela precisava de uma estratégia. Utilizando sua Proficiência de Batalha, ativou novamente sua Fúria da Batalha, sentindo a força aumentar em seus músculos. Com um grito, ela desferiu um golpe poderoso com seu gládio, atingindo a lança da Dracaena com força suficiente para fazer a criatura recuar alguns passos.
Aproveitando a abertura, Madeline atacou novamente, desta vez visando as caudas da Dracaena. A lâmina dourada cortou uma das caudas, fazendo a criatura soltar um silvo de dor. A plateia vibrou com o sucesso de Madeline, mas a batalha estava longe de terminar.

Furiosa, a besta usou seu poder de Invocação de Redes. De repente, uma rede de ferro foi arremessada contra Madeline, que teve apenas um instante para reagir. A rede a envolveu parcialmente, mas sua destreza e força a ajudaram a se livrar antes que fosse completamente aprisionada. Contudo, a distração foi suficiente para a Dracaena atacar novamente, desta vez conseguindo morder o braço de Madeline.

A dor foi excruciante. As presas da Dracaena injetaram veneno na ferida, e Madeline sentiu a queimação se espalhar. Ela cambaleou, mas não podia ceder. Com um esforço supremo, concentrou-se e ativou seu poder de Movimentos Certeiros, aumentando sua destreza ainda mais. Com um movimento rápido, golpeou a oponente, forçando a criatura a recuar.

Em certa altura, enfurecida e parcialmente ferida, o monstro atacava com uma ferocidade redobrada. Madeline, lutando contra a dor do veneno, utilizava toda sua habilidade e treinamento para desviar e contra-atacar. O gládio dourado dançava em suas mãos, cada golpe calculado para causar o máximo de dano.
A Dracaena tentou novamente usar sua lança venenosa, mas Madeline, em um movimento audacioso, conseguiu desarmar a criatura com um golpe preciso no braço da criatura, de baixo para cima, fazendo a maldita sentir uma dor tão terrível quanto a que ela mesma sentia por causa da mordida. Sem sua arma principal, a Dracaena recorreu às suas caudas e presas, atacando com uma fúria desenfreada. Madeline aproveitou a oportunidade para invocar uma adaga extra, usando seu poder de Invocação de Armas. Agora armada com duas lâminas, ela enfrentou a Dracaena com renovada determinação.

A luta seguiu brutal. Mesmo com duas lâminas, Madie ainda recebeu algumas bordoadas das caudas da criatura enfurecida, que lhe renderam alguns cortes menos relevantes pelas pernas e braços, mas a jovem semideusa não desistia. Começou a usar uma espada para fingir atacar a Dracaena do lado direito, tentando um ataque vez ou outra, mas a intenção era apenas ditraí-la para, do lado esquerdo, ter abertura o suficiente para, com um grito final, concentrar toda sua energia e desferir um golpe mortal com seu gládio, perfurando o coração da Dracaena.

A criatura soltou um silvo agoniante antes de desabar no chão da arena.

Madeline, exausta e ferida, usou suas últimas forças para permanecer de pé, respirando pesadamente. O público explodiu em aplausos e gritos de euforia, reconhecendo a coragem e habilidade da jovem guerreira. Os juízes acenaram em aprovação, dando para a semideusa o reconhecimento que esperava conseguir ali. Ela havia provado seu valor na Arena da Provação, não apenas para sua família, mas para si mesma. A jovem Stark sabia que essa batalha era apenas o começo de sua jornada como guerreira, e estava pronta para enfrentar qualquer desafio que o destino lhe reservasse.

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