[Coliseu: Arena da Provação] - Akhylles Parker

The Pirate Chronicles

The Storm is coming

The Better Soldier, Son of Neptune, Lord of the Oceans and Master of Battles

Tarefa e Data:

A movimentação ao redor do Coliseu chamava atenção de Akhylles. Durante todo tempo de moradia do semideus por ali ele não se lembrava de uma programação que unisse tanta violência e felicidade. Talvez só na época dos imperadores. Acostumado com o clima hostil dos mares, fazendo parte da tripulação do barco pirata Black Hook, Parker curtia ficar nos arredores, perto dos competidores. Ouvia o temor de alguns inexperientes, animação daqueles que queriam apenas se provar e identificar um ou outro que estava ali só por esporte ou prazer.

O latino sentia falta da adrenalina constante nas veias quando estava em alto mar, arriscando o próprio pescoço nas empreitadas questionáveis do Capitão Ross. Ele foi resgatado por uma tripulação mística, com débito duplo, pois além dele, havia sua mãe também, depois que a expedição científica de Candice Ross ter sido destruída por uma lula gigante. Ainda adolescente, mas com muita personalidade, o garoto pagou seu tributo e também se ofereceu para lidar com a dívida de sua mãe, sendo então o combinado dele cumprir sua parte do débito integralmente, depois fazendo incursões específicas até que fosse pago o saldo de Candice.

Agora em Divine Ground, não podia reclamar da liberdade, poder acordar a hora que queria e também ir onde pensasse ser a melhor opção, todavia nunca pensou que sentiria falta do aroma misturado da salinidade do oceano, fedor das bebidas fortes das criaturas e restos de peixes. Era estranho, acordava algumas vezes em casa ansiando que fosse por conta de uma emergência ou tempestade, tinha abstinência de mergulhar no mar profundo e repleto de mistérios, sem saber o que encontraria nas regiões mais ocultas e obscuras. Viver no solo sagrado da cidade murada era seguro e tranquilo, todavia era a ondulação do mar que movia o coração de Akhylles.

Desejo por algo inesperado, querendo mais uma vez experimentar, mesmo que contido e resumido, o clima de incerteza do Black Hook, Akhylles saiu da região de telespectador e se inscreveu para lutar. Não fez nenhuma menção de preferência do que enfrentar, muito menos ficou de conversa com outros participantes, ficando sentado numa posição e dando risada a cada batalha. Não era sádico ou coisa do tipo, só que apenas de ficar ali, tremendo o joelho pela ansiedade do confronto e vendo outros se arriscarem já era gratificante, como se fosse uma prova limitada do que vivenciaria em breve.

Quando chegou sua hora, Parker saltou de seu lugar, fazendo com que seu anel metálico se transformasse em seu tridente de verdino mortal. Galgou as escadas confiantes, havia lidado com muitos problemas e desafiantes em seu tempo de missão, então não era de se dobrar ao medo com facilidade, apesar da expectativa pelo inimigo ser contemplada com uma cena fascinante. Perante seus olhos estava um hoplita trajado com roupas gregas antigas, como se tivesse sido teletransportado no espaço-tempo de uma batalha helênica. Ele tinha uma lâmina de gume único, padrão espartano e escudo circular. Os cabelos eram grandes e desgrenhados, seu olhar era de um verdadeiro predador e parecia estar apenas esperando uma centelha para explodir. Akhylles havia visto um desses uma vez, Spartus, ser voraz e sanguinário que não conhece o termo parar.

O ser levantou o queixo e encarou Akhylles, que girou o tridente com a mão destra e depois montou a guarda correta para se proteger. O Spartus não tomou conhecimento de regra ou coisa do tipo, dando um brado tenebroso que fez com que todos no lugar se calassem. A criatura avançou com voracidade, quase tropeçando nas próprias pernas quando saiu da inércia e Parker tinha de confessar que sentiu uma pontada de medo quando ele notou a aproximação rápida. Não era o suficiente para paralisá-lo, todavia era a quantidade certa para ele pensar com mais cuidado o que fazer.

O soldado amaldiçoado saltou e atacou de cima para baixo com a espada, fazendo Akhylles erguer sua própria arma e se proteger com a haste metálica de Narval, seu tridente. O som do metal retinindo fez com que a plateia despertasse, voltando a comemorar, enquanto mais do ruído do retinir das armas ecoava pelo lugar. Parker fazia o possível para não ser ferido pelo adversário, usando toda sua perícia no armamento de três pontas para interpor os ataques vorazes, tentando contra-ataques que não iam além do escudo do hoplita. Sem condições de ter êxito na luta armada, preferiu apelar para suas habilidades elementais.

Parker usou a sola da bota militar para dar um pisão na direção do abdome do Spartus, o qual foi também defendido pelo escudo, porém dando tempo para Akhylles elevar o corpo numa torrente de água, como um gêiser, que fez o soldado se assustar. Tão inesperado foi o surgimento daquela coluna de água, foi também a descida da mesma, explodindo no chão e criando uma ondulação de massa líquida como duas piscinas olímpicas transbordando rapidamente para todos os lados e acertando o Spartus.

Enquanto o adversário se acostumava com uma quantidade de água nos joelhos, Akhylles deslizava com facilidade pelo novo campo aquático, baixando a extremidade de Narval e fazendo com que a mesma fosse envolta numa quantidade de água em rotação frenética, tornando seu ataca duplamente perigoso dali para frente. O Spartus avançou novamente, estocando com sua espada e usando de toda violência para ter outro resultado, forçando Parker a se defender, mas apesar de todo cenário e vantagem clara de Akhylles dali para frente, o furor do soldado amaldiçoado o fez manter o ataque até que sua lâmina cortou o braço esquerdo do semideus.

— Hey… Desgraçado. — Reclamou Akhylles, girando seu tridente envolto em água pressurizada num arco horizontal, acertando em cheio o Spartus, que foi ferido não apenas por um corte do metal envenenado, como também pela porção aquática que envolvia as pontas do armamento.

O Spartus caiu no chão, mas nem ficou lá tanto tempo, erguendo-se e bradando, agora sem seu escudo, que caiu longe demais. Não parecia ser possível na mente instintiva e bestial do guerreiro a possibilidade de recuar. Akhylles estocou com seu tridente, mas o legionário moribundo desviou com um belo jogo de corpo, girando para alcançar o flanco de Parker e cortar com sua arma, fazendo um talho profundo na coxa dele. Quando Akhy reclamou, levando a mão onde foi ferido, o Spartus já estava em suas costas, deixando também uma lembrança em seu dorso de um corte diagonal, que abriu sua camisa e deixou um rastro de sangue. Akhylles se virou irritado, porém o monstro já estava se projetando para outro ataque direto.

— Já chega! — Gritou Parker, apontando com seu tridente na direção do Spartus e orquestrando um ataque sem igual.

O próprio Spartus parou quando viu uma boa parte daquela água ao seu redor se levantar violentamente, juntando-se numa onda gigantesca, que arrastaria tudo perante si. Akhylles ficou em seu lugar, arfando e respirando rápido, sentindo o cansaço físico após tanta demanda energética para levantar aquela quantidade de água num ataque direto. Ele tinha a esperança de ter destruído o soldado, porém viu o mesmo se levantar, colocando para fora num vômito, água e sangue. Ele não tinha mais sua lâmina, foi levada pela onda, todavia seu olhar era o mesmo. Um carniceiro.

O soldado sem alma levantou, indo para luta com os próprios punhos, dando um cruzado na direção de Akhylles. O semideus desviou, por um momento hesitou de atacar, pois querendo ou não era um espartano antigo, preso numa maldição de servidão e sem propósito pessoal, apenas matar. O ser vacilante passou despercebido, algumas de suas feridas já estava cicatrizando, por conta do fator de cura acelerado da criatura, o que despertou Parker para ideia de que precisava acabar logo ou tudo recomeçaria. O filho de Poseidon desviou de outro soco, estocando com o tridente direto no peito de seu inimigo, transpassando com as três pontas envoltas em água sob alta circulação ao redor de Narval.

O Spartus cuspiu sangue outra vez, caindo de joelhos, inerte e sem movimento, tendo o sangue derramado no peito. Era como desligar um robô ou ferir a fonte de energia absoluta do mesmo, pois agora o soldado estava totalmente incapacidado, porém recusava-se a simplesmente morrer. Akhylles celebrou sozinho sua vitória, ignorando os gritos dos que prestigiaram o embate heroico, enquanto sua massa de água invocada sumia, deixando apenas o corpo desmaiado, a casca do que um dia foi um soldado lendário vivo, para trás.

Habilidades:

Item:

@hydrixcodes